A última live política ZONACURVA do ano foi ao ar no dia 15 de dezembro e trouxe previsões e especulações sobre os acontecimentos políticos de 2022, ano que será marcado por eventos como a Copa do Mundo e as eleições, e que sofrerá os impactos da crise econômica, política e sanitária que vivemos nos últimos anos. O bate-papo contou com a presença do editor ZonaCurva Fernando do Valle, o advogado Roberto Lamari e o editor do VIShows Luis Lopes.
Apesar das pesquisas eleitorais terem apontado Lula como o candidato favorito, é importante ficar atento ao clima de “já ganhou” de Lula, observou o editor Fernando do Valle. Lopes relembra a possibilidade do segundo governo de Lula repetir a história de Getúlio Vargas nos anos 50, que voltou ao governo após o Estado Novo e tentou um governo mais conciliador, o que não deu certo.
Segundo o editor Zonacurva, a elite brasileira se acostumou a não abrir mão de seus privilégios no governo Bolsonaro e isso pode dificultar um novo mandato do petista. “Será que a elite vai permitir que os jovens da periferia retornem às universidades e que o extinto Bolsa Família seja reabilitado e distribuído como antes? ”, questionou Valle.
Foi debatido também que Lula talvez esteja ciente das dificuldades em 2023 se vencer ao cogitar o ex-tucano Geraldo Alckmin como vice de sua chapa. A tal “terceira via”, tão incensada pela mídia corporativa. também foi alvo de especulação dos participantes da live. Após Ciro Gomes anunciar – e depois voltar atrás – que não seria mais candidato à presidência, o ex-juiz Sérgio Moro cresceu nas pesquisas de intenção de voto.
No último mês, o ex-juiz Sérgio Moro, tornou-se o queridinho de parte da mídia conservadora e tenta conquistar os votos dos anti-petistas arrependidos do voto em Bolsonaro em 2018. Mesmo inexperiente em cargos políticos e julgado como juiz suspeito pelo STF, Moro aparece em terceiro lugar em intenção de voto, em empate técnico com Ciro, nas últimas pesquisas.
No dia da live (15 de dezembro), Ciro Gomes e seu irmão Cid Gomes tiveram suas casas invadidas pela Polícia Federal. A justificativa foi a apuração de irregularidades e um suposto esquema de desvio de verbas na construção da Arena Castelão, o principal estádio do Ceará.
Ciro revoltou-se com a operação e acusou Bolsonaro de utilizar a PF como arma política. Lamari aponta que Moro é quem ganha com a operação contra Ciro Gomes. Já Fernando, aponta que a base que ainda apoia Bolsonaro é formada por evangélicos neopentecostais, militares e parte da elite econômica.
Com isso, segundo o editor do Zonacurva, o que resta ao presidente atual, em sua estratégia para 2022, será a disseminação do pânico moral. Deste modo, Valle reforça a importância da retomada das ruas por protestos de esquerda no início do próximo ano para que não haja espaço para que Bolsonaro inflame seus apoiadores com discurso golpista, assim como ocorreu em no dia 7 de setembro deste ano.
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