por Fernando do Valle
Em uma de suas últimas decisões como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama ordenou a libertação de Chelsea Manning, analista de inteligência do Exército daquele país, no próximo dia 17 de maio. A militar transgênero vazou informações sigilosas do governo norte-americano ao site Wikileaks, fundado pelo australiano Julian Assange. Na próxima sexta, dia 20, o presidente eleito em novembro, Donald Trump, assume o cargo e não se pronunciou até o momento sobre a decisão de Obama.
Chelsea está detida há 7 anos na prisão masculina de segurança máxima do exército em Fort Leavenworth, em Kansas. Em agosto de 2013, a militar foi condenada há 35 anos de prisão por crimes de espionagem. Conhecida como whisteblower (denunciante, delatora), a analista militar tentou o suicídio em duas ocasiões no ano passado além de ter feito greve de fome.
Antes conhecida como Bradley Manning, a militar está em tratamento para redesignação sexual por disforia de gênero. Ela iniciou sua transição de gênero após a sentença, mas acusa o Ministério da Defesa por não obter o tratamento adequado ao seu caso.
Chelsea repassou 700 mil documentos do governo norte-americano ao Wikileaks. Vários desses documentos demonstraram flagrantes violações de Direitos Humanos por parte dos Estados Unidos. Outras 63 pessoas obtiveram perdão do presidente Barack Obama. Julian Assange disse que aceitaria ser extraditado para os Estados Unidos se Obama concedesse o indulto para Manning. Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012.
Video vazado por Chelsea mostra a execução de civis em Bagdá por militares norte-americanos: