Zona Curva

O sagrado e o profano na arte de Stephan Doitschinoff

Em sua mistura de religiosidade, erotismo e arte urbana, o trabalho de Stephan Doitschinoff, apelido Calma, surge como um sopro de criatividade entre os novos artistas plásticos brasileiros.

Em meio aos muitos embustes da arte contemporânea, esse artista de sobrenome impronunciável nascido em São Paulo em 1977 consegue imprimir uma visão única tanto nas galerias de arte como nas ruas.

6 de novembro o jejum de são astraate stephan doitschinoff 2010 foto 1
O jejum de São Astraate, 2010

Entre 2005 e 2008, o artista morou na cidade baiana de Lençóis, porta de entrada da Chapada Diamantina, e modificou o cotidiano da cidade com suas pinturas. Stephan espalhou sua arte em colaboração com artesãos locais nas casas humildes, na capela e até no cemitério, intervindo na paisagem local.

Assista ao curta-metragem sobre o trabalho produzido nessa época em “Temporal”, dirigido por Bruno Mitih:

O uso da iconografia religiosa por Stephan vem do DNA: seu pai é pastor evangélico, mas o artista foi além e investigou ritos afro-brasileiros, o sincretismo religioso e o folclore do interior do País.

A lei do ventre livre, 2010

Stephan conta no currículo com exposições em Berlim, Zurique (Suíça), Windsor (Inglaterra) e Amsterdã (Holanda). Ganhador do prémio Artista Revelação da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) em 2009, Doitschinoff é representando no Brasil pela Galeria Choque Cultural, nos Estados Unidos pela Jonathan Levine Gallery e na França pela Galerie L.J.

O seu envolvimento com a cena hardcore de São Paulo o fez criar o Festival de Cultura Indie, em 2001, quando, em parceria com outros artistas, reuniu bandas, exposições de pintores e fotógrafos da cultura underground paulistana e exibição de curtas-metragens. Passou a ilustrar também capas de discos de bandas e cenários de shows. Em 2006, Stephan foi chamado para ilustrar a capa do álbum Dante XXI, da banda Sepultura.

Desenho de Doitschinoff na capa do álbum Dante XXI, da banda Sepultura

Iconoclasta, o artista liberta as imagens das amarras religiosas inúmeras belas imagens. Em junho de 2011, o artista, em parceria com Antonio Pinela Tiza, pesquisador do Museu da Máscara Ibérica em Bragança, Portugal, montou a performance Brilho do Sol em forma de procissão no Bairro Mouraria, em Lisboa.

Outros trabalhos do artista (fonte: site oficial do artista):

 

 

 

O museu e a arte contemporânea

Sair da versão mobile