Zona Curva

O poeta Manuel Bandeira, por Joaquim Pedro de Andrade

 

[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=PCzyBUthBxM[/embedyt]

Em 1959, o cineasta Joaquim Pedro de Andrade debutou como diretor de cinema com o curta-metragem O Poeta do Castelo, que mostra o cotidiano de seu padrinho de crisma, o poeta Manuel Bandeira. O cinemanovista Joaquim tem no currículo filmes como Macunaíma (1969) e Garrincha, alegria do povo (1962).

Joaquim Pedro descreveu a experiência de filmar o poeta em texto publicado no Suplemento Literário do Diário de Notícias em abril de 1966:

Manuel Bandeira descobriu que era um bom ator. A sua risada alegre e inesperada, comemorando o primeiro take do filme O Poeta do Castelo, foi para mim a mesma e boa surpresa que desde menino eu ouvia quando menos esperava. Sou afilhado e amigo de Manuel Bandeira. Às quartas-feiras, ele vinha jantar com meu pai (Rodrigo Melo Franco de Andrade) e falava de tudo. Me lembro bem das noites em que ele se indignava, contando alguma coisa que o tivesse irritado e agitava-se impulsivo, violento, para de repente achar graça na própria fúria e na história que estava contando”.

24 de setembro Joaquim-Pedro-de-Andrade foto 1 (fonte GGN)
Joaquim Pedro de Andrade (fonte: GGN)

Joaquim Pedro de Andrade nasceu no Rio de Janeiro em 25 de maio de 1932 e morreu na mesma cidade em 10 de setembro de 1988.

Filho de Rodrigo Mello Franco de Andrade, um dos fundadores do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Joaquim conviveu desde cedo com figuras como Bandeira, Vinicius de Moraes, Oscar Niemeyer e Carlos Drummond de Andrade, que costumavam frequentar sua casa.

Joaquim Pedro iria repetir a fórmula de breve documentário em Mestre de Apipucos, também filmado em 1959, em que retrata a intimidade do sociólogo e escritor Gilberto Freyre, também amigo de seu pai. Rodeado de intelectuais de esquerda, Joaquim foi criticado pela escolha: Freyre era uma figura assumidamente conservadora.

 

Manuel Bandeira foi grande amigo de Rodrigo Mello, pai de Joaquim Pedro de Andrade

Nossas veias ainda não cicatrizaram

Sair da versão mobile