A Comissão da Verdade da Câmara de Vereadores da cidade de São Paulo afirmou no dia 10 de dezembro de 2013 que o presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado em 22 de agosto de 1976. Segundo a versão oficial, JK foi vítima de acidente na Dutra. As suspeitas de assassinato em complô armado pela ditadura militar sempre cercaram a morte do ex-presidente.
“Há indícios incontestáveis de que o motorista do carro do ex-presidente fora atingido por um projétil antes do carro colidir contra um caminhão que vinha do lado contrário da Dutra. Toda aquela história de que o Opala onde estava Juscelino e o motorista dele fora atingido por um ônibus da viação Cometa é armação”, afirmou o presidente da comissão, o vereador Gilberto Natalini (PV).
As causas da morte de Jango também têm sido investigadas, saiba mais.
A grande novidade da investigação da comissão é o depoimento de Ademar Jahn, que dirigia um caminhão na rodovia Dutra. Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo (11 de dezembro), Jahn declarou que viu “o motorista de JK, Geraldo Ribeiro, debruçado, com a cabeça caída entre o volante e o automóvel, não restando dúvida de que se encontrava desacordado e inconsciente, e já não controlava o veículo antes do impacto”.
Outras duas histórias (já de conhecimento público) foram alvo de investigação da comissão. A primeira trata do artefato e o buraco encontrados no crânio do motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro. O perito criminal Alberto Carlos de Minas relatou que, na exumação de Ribeiro em 1996, foi impedido por agentes do Estado de fotografar o crânio do motorista. A Comissão pediu à Justiça mineira por uma nova exumação do motorista e aguarda uma resposta. Especula-se que o artefato tenha desaparecido.
A segunda história tem como protagonista Josias Nunes de Oliveira, o motorista do ônibus que teria colidido na traseira do Opala que viajava JK. Ele sempre negou que tenha causado o acidente. Mais 9 passageiros do ônibus ouvidos pela comissão negaram a colisão.
Nunes ainda relatou que foi procurado por dois homens que passando-se por repórteres de um jornal lhe ofereceram uma mala de dinheiro para que assumisse a culpa pelo acidente.
“JK era sobretudo um homem dotado de uma simpatia irradiante, um calor humano excepcional, extremamente bom, generoso, tolerante e liberal”, jornalista Samuel Wainer no livro “Minha razão de viver”
Juscelino e a Operação Condor
Em entrevistas recentes, em ocasião do lançamento de seu livro “O essencial de JK”, o jornalista, escritor e biógrafo de JK, Ronaldo Costa Couto, afirmou que Juscelino estava na lista da Operação Condor. A Condor uniu a CIA e as ditaduras da América do Sul na repressão aos opositores dos regimes da época.
A comissão apontou ligações entre a morte de JK e a de Orlando Letelier, na época ex-chanceler do Chile. Letelier foi morto num atentado a bomba na capital norte-americana Washington, em 21 de setembro de 1976, menos de um mês após a morte de Kubitschek.
As investigações da comissão basearam-se em carta do coronel chileno Manuel Contreras Sepulveda, chefe do DINA, centro de informações chileno. Na carta de Sepulveda a João Baptista Figueiredo, diretor do SNI (Serviço Nacional de Informações) do Brasil, lê-se: “o plano proposto por você para coordenar nossa ação contra certas autoridades eclesiásticas e conhecidos políticos social democratas e democratas cristãos da América Latina e Europa conta com o nosso decidido apoio”.
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