Rita Lee – Iniciou-se na semana passada a exposição da cantora, compositora, atriz e ativista Rita Lee no MIS (Museu da Imagem e do Som) na cidade de São Paulo. O evento conta com objetos da vida pessoal que a própria artista guardou ao longo do tempo, além de contar com atrações de dinâmicas sonoras inovadoras.
De acordo com a organização, a exposição da nossa maior diva roqueira não tem cores ou elementos padronizados, mas seguem a identidade colorida e livre de Rita Lee. Há, por exemplo, a recriação do palco giratório da sua tour de shows de 1982 e 1983, além de uma aura de Aparecida e de estrelas feitas à mão.
Com curadoria de seu filho, João Lee, o espaço é subdividido em várias salas temáticas, um estúdio à parte para trazer uma experiência auditiva única e até um ambiente inspirado no porão onde Rita brincava quando era criança.
Segundo a organização do evento, há caixas de som espalhadas para reproduzir músicas da Rita Lee, expondo o áudio de alta definição que proporciona a sensação de ouvir as músicas de Rita vindo de diversas direções.
A produção apostou em uma criação artesanal e rica em detalhes, como as perucas coloridas que remontam estilos da cantora. Além disso, estudos feitos por Spinoza e Samora resultaram no trabalho da Clívia Cohen, através da confecção de manequins de Rita, que buscam representá-la de forma artística.
Para tornar o passeio ainda mais interessante, quem conduz os visitantes e conta as histórias por trás de cada elemento presente na exposição é a própria Rita Lee. Através de QR Codes, quem visitar a exposição poderá acompanhar gravações exclusivas de áudios da artista contando sobre histórias e peças que fizeram parte da sua vida.
A cantora que dá nome, voz e história à exposição, nasceu em 1947, na Vila Mariana, em São Paulo. Representante do rock brasileiro, Rita Lee formou a banda “Os Mutantes”, em 1966, com os irmãos Sérgio e Arnaldo Baptista, e participou de eventos, como o III Festival da Música Brasileira, no qual ficou em segundo lugar após realizar uma apresentação da banda com o cantor Gilberto Gil. Após conflitos com Arnaldo, Rita seguiu carreira solo em 1970.
Lançando álbuns-solo, a artista construiu uma forte carreira com discos amplamente reconhecidos na época, como o álbum Fruto Proibido (1975), que chegou a vender mais de 700 mil cópias.
Além de usar a voz, Rita é uma importante representante do ativismo e foi duramente perseguida durante a ditadura militar. Grávida aos 28 anos, em 1976, ela foi condenada à prisão. Os policiais diziam ter encontrado drogas em sua casa, mas, segundo Rita, ela havia parado de fumar durante a gravidez. A detenção aconteceu reprimindo uma mulher que lutava pelo feminismo e defendia o movimento hippie.
SERVIÇO – O evento que dá espaço à reflexão sobre a arte e a história de Rita Lee começou na última quinta-feira (23/09) e vai até novembro deste ano. A exposição fica aberta de terça a domingo, das 10h às 18h (R$25 meia entrada e R$50 inteira). De terça a sexta, das 10h às 11h30, é possível ir ao evento de forma gratuita. Os ingressos podem ser comprados de forma online, clicando neste link, ou através da bilheteria do MIS, que fica na Avenida Europa, número 158.
Exposição de artista Yona Friedman exalta a democracia em SP