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Eleição de Gabriel Boric no Chile traz esperança para a esquerda da América Latina

Boric -Eleito no último dia 19 de dezembro, Gabriel Boric, 35 anos, é o presidente mais jovem da história do Chile. Iniciou sua carreira política como líder estudantil do grupo “Esquerda Autônoma”, foi presidente do diretório estudantil da Universidade do Chile e se tornou deputado em 2013. Apoiou as manifestações contra as políticas neoliberais do presidente Sebástian Piñera que marcou o país em outubro de 2019 e fez parte da frente ampla que levou à convocação do plebiscito para a redação da nova Constituição.

Boric representa a chamada nova esquerda, diferente da que governou a América Latina no início do milênio. O novo presidente do Chile já se declarou a favor da legalização do aborto e da maconha, além de apoiar também as pautas LGBTQIA+. Além disso, ele soube equilibrar seus ideais com outras pautas populares em seu país como segurança pública, imigração e crescimento econômico. 

Seu programa propunha quatro linhas principais de atuação de seu mandato: garantia de acesso universal à saúde, pensões decentes sem o sistema atual administrado por empresas privadas, sistema educacional público gratuito e de qualidade e, por último, a preservação do meio ambiente.

Assim como para a maioria dos jovens, para Boric, a pauta ambiental também é uma prioridade. Entretanto, não é só nos assuntos políticos que o próximo presidente do Chile se aproxima dos jovens, ele é o primeiro presidente assumidamente tatuado da América Latina e fã declarado da cantora Taylor Swift (conforme podemos ver na foto abaixo).

gabriel boric
Gabriel Boric, novo presidente chileno (Reprodução)

O ex-líder estudantil concorreu à presidência contra José Antonio Kast, o candidato mais à direita que o Chile já viu desde a democratização nos anos 90. Kast, apesar de sua fala mansa, é um fiel admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro. Assim como o presidente do Brasil, ele defendeu a ditadura de Pinochet, e é um negacionista, que diz não haver provas do aquecimento global. 

Ao que parece, a América Latina tende a mover o pêndulo político que apontava para a direita nos últimos anos. São exemplos da guinada à direita o golpe contra Dilma Rousseff e as eleições de Maurício Macri na Argentina e Sebastián Piñera no Chile.  

Além disso, os jovens também pretendem atualizar as discussões e as prioridades da esquerda que comandava o continente no início deste século. Pautas feministas, antirracistas, ambientais e da comunidade LGBTQIA+ são imprescindíveis para os jovens da esquerda na hora da escolha do candidato.

No Brasil, inclusive, muito se discute se Lula, o favorito da esquerda para 2022, saberá se adequar às pautas exigidas pelos jovens. Ele tem mostrado interesse em conquistar esse público e aprender mais sobre as novas demandas. 

O ex-presidente vem participando de diversos programas para conquistar o público jovem como o Podcast “PodPah”, onde sua presença reuniu quase 300 mil pessoas simultaneamente nas redes, e atualmente o vídeo da entrevista conta com mais de 8 milhões de visualizações.

Lula também participou do programa da ex-BBB Thelma, vencedora da edição de 2020, que contava com a presença da cantora Linn da Quebrada e do fenômeno da internet Gil do Vigor, ambos figuras muito conhecidas entre os jovens.

A eleição de Boric, dois anos após a de Alberto Fernández na Argentina, animou a esquerda brasileira para eleição de 2022. Educação de qualidade, combate ao desemprego, que atinge principalmente os jovens, e a preservação do meio ambiente são alguns dos desafios dos candidatos do campo da esquerda quando alcançam o poder.

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Eleição de Gabriel Boric no Chile traz esperança para a esquerda da América Latina
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Boric -Eleito no último dia 19 de dezembro, Gabriel Boric, 35 anos, é o presidente mais jovem da história do Chile. Iniciou sua carreira política como líder estudantil do grupo “Esquerda Autônoma", foi presidente do diretório estudantil da Universidade do Chile e se tornou deputado em 2013. Apoiou as manifestações que marcou o país em outubro de 2019 e fez parte da frente ampla que levou à convocação do plebiscito para a redação da nova Constituição.
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