O documentarista Silvio Tendler lançou Privatizações: a Distopia do Capital. O filme contesta o modelo de Estado mínimo e recorda a farra das privatizações realizadas na década de 90 nos setores de telecomunicações e elétrico, na Vale do Rio Doce e na CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), além da tentativa de privatizar a Petrobrás. A própria produtora do cineasta, a Caliban Produções Cinematográficas, disponibilizou o filme no Youtube.
Em cerca de uma hora, o documentário mostra as repetidas investidas do mercado financeiro contra os Estados nacionais. O ex-presidente do BNDES e professor, Carlos Lessa, identifica o momento em que o Brasil embarca no neoliberalismo na declaração do presidente Fernando Collor de Mello de que “o automóvel brasileiro é uma carroça”. Segundo Lessa, “o que era a glória da industrialização brasileira, que era ter logrado êxito na produção de veículos automotores é desqualificada por Collor de Mello, ele nega a importância do desenvolvimento industrial”.
Em entrevista à rede Brasil Atual, o diretor Silvio Tendler explica que “venderam a Embratel, a Vale do Rio Doce, foi uma tragédia, perderam a CSN, que foi feita com o esforço do povo brasileiro. O Brasil inteiro teve todo um esforço coletivo para industrializar o país e destruíram tudo, venderam a preço de banana”. Para contar a história recente da desestatização da economia brasileira, Tendler entrevistou intelectuais, políticos e técnicos.
Silvio Tendler é um dos maiores documentaristas brasileiros e tem no currículo filmes como Glauber o Filme – Labirinto do Brasil (2003), Jango (1984), Utopia e Barbárie (2009), Os Anos JK – Uma trajetória política (1980) e muitos outros.