História contada à exaustão, o roteiro de O Lado bom da vida (Silver Linings Playbook) baseia-se em dois corações sofridos em busca de redenção. O título em português com cara de livro de autoajuda esconde um filme com pretensões de manual das relações amorosas contemporâneas, regado a antidepressivos e remédios controlados.
Se, por um lado, a intenção resultou em uma surpreendente indicação ao Oscar de melhor filme e mais 7, inclusive de melhor ator (Bradley Cooper) e atriz (Jennifer Lawrence). De outro, o filme utiliza clichês de comédias românticas como ‘o amor sempre vence’, ‘a paixão pode arrebatar a qualquer um’ e por aí vai.
O protagonista Pat (Cooper) sofre de transtorno bipolar e surta ao flagrar a traição de sua mulher. Após 8 meses internado em uma clínica, volta a viver na casa dos pais. Em jantar na casa de um amigo, Pat conhece Tiffany (Lawrence). A identificação do casal se dá em um engraçado bate-papo sobre o efeito de remédios psiquiátricos.
Tiffany também passou por maus bocados com a morte do marido policial e foi demitida ao transar com 11 colegas de trabalho. O filme foi feito sob medida para a nova estrela jovem, Jennifer Lawrence, dona de uma beleza nerd. Os dois passam a se encontrar para dançar, paixão de Tiffany, e o resto você já sabe.
Alguns achados cômicos do filme acontecem ao retratar o desajuste social e emocional do casal. Rir da loucura alheia é sempre bom. Se identificar com ela sem culpa, melhor ainda.
Mas, parece que, com transtorno bipolar não se brinca. Robert de Niro, que interpreta o pai de Pat, o típico gringo e apostador inveterado de football, emocionou-se em um programa de televisão ao falar do filho do diretor, David Russell, que sofre do transtorno.
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