Pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN) mostrou que 19 milhões de brasileiros se encontram em estado de insegurança alimentar grave no país. O desespero que abate essa parte da população tem levado ao surgimento de vários casos de furtos famélicos.
Basicamente, o furto famélico ocorre quando se rouba comida, medicamento ou outro item fundamental à existência humana e não há nenhum tipo de violência. Geralmente, a punição é branda, mas, em alguns casos, juízes que não se sensibilizam com a pobreza dessas pessoas, insistem em condenar a pessoa em situação de grave vulnerabilidade.
Um caso que tomou grande proporção nacional foi o da Rosângela Sibele, que furtou dois pacotes de macarrão instantâneo, duas garrafas de refrigerante, um pacote de suco em pó e foi presa em São Paulo.
O Tribunal de Justiça de São Paulo chegou a negar o pedido de habeas corpus de Rosângela duas vezes. O caso foi levado até o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que decidiu arquivar o processo, considerando o furto dos produtos, que totalizaram R$ 21, insignificante.
Alguns comerciantes tentam evitar o furto de alimentos como no açougue do supermercado Extra, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, que só entrega bandejas vazias aos clientes após a pesagem, a carne mesmo só após os pagamentos. A medida comprova também como a grande maioria dos brasileiros teve que cortar a carne de seu cardápio devido aos altos preços.
O mesmo aconteceu em um mercado da rede Dia, no bairro de Campos Elíseos, que trancou embalagens de carnes, assim como fazem com itens de maior valor como cigarros e bebidas alcoólicas, a atitude também foi tomada em apenas uma unidade.
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