O realismo do documentário Brazil: A Report on Torture (1971) nos relembra dos atos de barbárie cometidos pela ditadura. Os métodos violentos utilizados pela tortura na ditadura militar não tinham limites.
Realizado pelo jornalista americano Saul Landau em parceria com o diretor de fotografia Haskell Wexler, o filme é composto de uma sequência de relatos e simulações das sessões de tortura realizadas pelas próprias vítimas, exilados políticos que viviam no Chile.
O grupo de prisioneiros do regime de exceção libertado em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher havia chegado a Santiago do Chile quando conheceram Landau, que aguardava na cidade sua entrevista com o presidente Salvador Allende.
Entre outros, o documentário entrevista Frei Tito, na época com 25 anos. O religioso da ordem dominicana foi sequestrado em 1969 no convento em que vivia e levado ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), onde foi torturado por 3 dias seguidos. Tito suicidou-se em 1974 na França.
Outra protagonista do documentário, que também suicidou-se, em 1976 na Alemanha, é a estudante de medicina Maria Auxiliadora Lara Barcelos, que descreve em meio a risos nervosos os intensos choques que sofreu nos seios e na vagina.
A brutalidade da tortura do regime militar não tinha limites. O advogado de defesa de alguns militantes de esquerda, Antonio Expedito Pereira, de 40 anos, um dos mais velhos do grupo, narra que sua filha apanhou de torturadores. Sua mulher também foi seviciada para forçar a quebra de sigilo de Pereira sobre os depoimentos de seus clientes.
As vítimas citam vários nomes dos covardes agentes da ditadura. Por onde andam esses sádicos? Garanto que muitos vivem como cidadãos comuns tranquilamente gozando suas aposentadorias.
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