por Fernando do Valle
Como nas manifestações de junho de 2013, o Movimento Passe Livre (MPL) vem organizando protestos contra o aumento de R$ 3,50 para R$ 3,80 na passagem do transporte público em São Paulo. Tanto na sexta (dia 8 de janeiro) como ontem, a polícia cometeu uma série de arbitrariedades com o triste saldo de dezenas de feridos por balas de borracha, estilhaços das bombas de gás lacrimogêneo e violência física dos policiais. Parece que, como 1968, 2013 é também o “ano que não terminou”.
Vídeo mostra como a polícia encurralou os manifestantes na esquina da avenida Paulista com rua da Consolação (do site Outras Palavras):
https://www.youtube.com/watch?v=aRiGFuGCUF4
A jornalista Camila Salmazio cobria o protesto ontem para a Rádio Brasil Atual e relatou no facebook como a polícia cercou o movimento após uma desavença sobre o trajeto da passeata. Salmazio explica que “o Movimento Passe Livre queria seguir pela avenida Rebouças até o Largo da Batata. A polícia queria que os manifestantes seguissem pela Consolação até a Praça da República. Não houve diálogo e a repressão já começou na Praça do Ciclista com bombas, balas de borracha e gás de pimenta. Não havia para onde correr das bombas. A Tropa do Braço ‘envelopou’ todas as possíveis saídas”.
Neste vídeo, vemos a conversa de um coronel da PM com um dos representantes do protesto:
Vários relatos demonstram como a polícia organizou um forte aparato repressivo ontem na Praça do Ciclista, local marcado do protesto pelo MPL. O professor Pablo Ortellado escreveu no facebook que “desde as 16 horas não se podia chegar ao local da concentração sem contorná-lo e sem passar por revista (como foi feito quando o direito de reunião foi de facto suspenso durante a Copa do Mundo). O local da concentração (praça do Ciclista, na esquina da Paulista com a Consolação) foi cercado pela polícia por todos os lados, impedindo qualquer movimentação que não fosse a Consolação.”
Já na primeira manifestação na sexta, a PM justificou o uso da desmedida violência com a conhecida (e costumeira) desculpa da presença de black blocs mascarados no ato. No momento em que parte dos presentes tentou ocupar a avenida 23 de Maio no centro, a polícia reagiu com bombas e violência (assista ao vídeo ). Como ontem, a polícia prendeu vários manifestantes.
O MPL marcou outro protesto para amanhã, dia 14 de janeiro.
Vídeo do Coletivo Jornalistas Livres: