O primeiro CONVERSA AO VIVO ZONACURVA recebeu a ativista trans-travesti Patrícia Borges no último sábado (dia 21 de novembro). Discutimos a agressão sofrida por Patrícia enquanto panfletava para a vereadora Erika Hilton (a mulher mais votada na cidade de São Paulo) ativismo, poesia e a luta contra o preconceito.
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Patrícia relata no vídeo acima como foi agredida no dia 10 de novembro por volta das 15 horas durante panfletagem em frente ao Shopping Center 3, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Ao abordar uma mulher sobre a importância de uma representante transsexual na Câmara de Vereadoras, a mulher respondeu que “essa cambada de viado tinha que morrer”. Poucos minutos depois, a mulher voltou com um pau de selfie e mais dois homens para agredir Patrícia, além de puxões de cabelo, socos e até mordidas.
No momento, uma viatura da Polícia Militar passava no local e se recusou a fazer a prisão em flagrante da mulher e dois homens. O shopping não cedeu as imagens de suas câmeras para reconhecimento dos agressores.
Na eleição de 15 de novembro, 26 transexuais foram eleitos como vereadores em diversas cidades brasileiras. Em São Paulo, Erika Hilton (PSOL) se elegeu com votação consagradora de 50.508 votos.
Patrícia falou da luta contra o sistema CIS (CIS surge da palavra cisgênero que é a identidade de gênero que corresponde ao sexo atribuído no nascimento) e relata como foi expulsa da casa dos pais aos 13 anos por conflitos devido a sua identidade de gênero.
“Eu criei uma família no mundo e meu ativismo surgiu da inquietude para dar voz às travestis que estão na pista sendo agredidas por pessoas frustradas” Patrícia Borges, ativista trans-travesti
Para sobreviver, se prostituiu, chegou a tomar um tiro de raspão e 3 facadas dos “clientes insatisfeitos com suas vidas medíocres”, segundo ela. Com o tempo, percebeu que devia procurar outros caminhos.
Com isso, Patrícia despertou para o ativismo e a literatura e hoje é poetisa e exerce diversas atividades como integrante do Cursinho Popular Transformação, que oferece cursos para pessoas transgêneras, travestis e não binárias em São Paulo.
Patrícia também atua no Transarau, que é uma inciativa organizada por “estudantes, coordenadorxs e profes do Cursinho Popular Transformação como um espaço de representatividade da população LGBTQI+ para se manifestar sem Temer e tremer muito com performances poéticas (ou não), dança, bateção de cabelo, microfone aberto e o que mais vier”, conforme descrição da página do Facebook do sarau. Acessa lá!