Bem-vindo ao Fatos da Zona, onde adaptamos os textos mais acessados do site do Zonacurva Mídia Livre para o audiovisual.
Neste vídeo, falamos um pouquinho do passado da Volkswagen e os interesses sombrios da empresa junto a regimes de exceção.
Então vem com a gente analisar a polêmica propaganda da Volkswagen com Elis Regina e Maria Rita.
por Fernando do Valle
A colaboração de algumas empresas com a ditadura no Brasil (1964-1985) ainda deve ser devidamente esclarecida quando fica cada dia mais evidente o benefício que corporações multinacionais e nacionais obtiveram através de suas relações próximas com o regime de exceção. A filial brasileira da indústria de automóveis alemã Volkswagen exemplifica como a repressão à liberdade dos trabalhadores foi utilizada para aumentar seus lucros no país.
Em 2015, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) protocolou uma representação junto ao Ministério Público Federal em que a empresa foi denunciada por violação de direitos humanos dentro de sua planta de São Bernardo do Campo (SP) durante o período da ditadura.
Em reação às investigações da CNV, a Volkswagen contratou o historiador alemão Christopher Kopper também em 2015, que nem sabia falar português à época, para produzir relatório sobre a ligação da empresa com o governo militar que foi recentemente divulgado no dia 14 de dezembro.
Segundo matéria da agência de notícias alemã Deutsche Welle, “o documento de 114 páginas aponta que a montadora foi irrestritamente leal aos militares e que seu próprio aparato de segurança patrimonial facilitou a identificação e prisão de funcionários subversivos – sendo ao menos um deles torturado em uma unidade da empresa. A filial também demitiu trabalhadores envolvidos com sindicatos e alimentou e compartilhou com outras empresas “listas negras” com nomes de funcionários.
Ainda segundo a Deutsche Welle, “o relatório, no entanto, aponta que não foram encontradas provas de uma colaboração institucionalizada da montadora com a repressão estatal. De acordo com o documento, os membros da segurança patrimonial – vários deles eram militares da reserva – agiram por iniciativa própria ao espionar e entregar funcionários ao regime”.
http://www.zonacurva.com.br/brasil-precisa-da-cia-para-confirmar-que-geisel-e-figueiredo-foram-mandantes-de-assassinatos/
O documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a ditadura militar brasileira” da TV pública relata casos de espionagem interna, delação de operários ao governo e detenções dentro da fábrica. Vale a pena assistir:
O funcionário que foi torturado dentro da Volkswagen (reconhecido inclusive pelo relatório do historiador Kopper) foi o ferramenteiro Lúcio Bellentani, que trabalhou na empresa entre 1964 e o dia 28 de julho de 1972. Bellentani foi preso e torturado em 1972 pelos oficiais da ditadura após ser denunciado como militante comunista pelos seguranças da empresa.
Leia reportagem deste blog sobre a participação empresarial no regime militar.
Fonte usada: Deutsche Welle.
https://urutaurpg.com.br/siteluis/brasil-precisa-da-cia-para-confirmar-que-geisel-e-figueiredo-foram-mandantes-de-assassinatos/
Ministério Público de São Paulo denuncia legista Harry Shibata por ocultar assassinato da ditadura
https://urutaurpg.com.br/siteluis/em-1970-os-tupamaros-de-mujica-contra-dan-mitrione-o-mestre-da-tortura/