Há 18 anos, no Pará, aconteceu um dos crimes mais hediondos da história recente brasileira. Ao contrário do que os jornalões divulgaram, foram 21 sem terra assassinados, em vez de 19, no município de Eldorado de Carajás.
Em 17 de abril de 1996, 1.500 sem terra acampados na região fizeram uma marcha de protesto e interditaram a BR-155. A Polícia Militar chegou ao local com a ordem de desbloquear a rodovia. O confronto entre os agricultores e a PM causou a morte dos sem terras, mutilou outros 69 trabalhadores rurais e deixou mais de uma centena de feridos.
Segundo o site da revista Carta Capital, hoje pela manhã (dia 17 de abril), cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam duas rodovias (BR-020 e BR-070) no Distrito Federal com o objetivo de lembrar a chacina. O ato faz parte da Jornada de Lutas de Abril, ou Abril Vermelho. O movimento também aproveitou para protestar por agilidade na reforma agrária no DF.
No ano passado, dez anos após a condenação e depois de perder todos os recursos judiciais para anular a sentença, o coronel da Polícia Militar do Pará, Mário Colares Pantoja, e o major José Maria Oliveira, acusados de liderar o massacre em Eldorado, foram condenados a 228 anos e 158 anos de prisão, respectivamente.
No final de novembro de 2013, as Varas Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará negaram, à unanimidade de votos, habeas corpus requerido por Pantoja, que solicitou à Justiça o cumprimento de sua pena em prisão domiciliar.
(texto editado em 17 de abril)